quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Nonna Isa

Faleceu no último sábado a bisavó da Marcella.
Achei a nota do obituário da Folha de São Paulo muito bonitinha e resolvi colocar por aqui!
Por um mês e pouquinho que ela não vê nascer o primeiro tatara-neto!
Descanse em paz Nonna Isa!

As brincadeiras e cantigas italianas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

De todos ali que bebericavam esporadicamente, a única a não sair nocauteada pelo álcool nos encontros de família era dona Isa, lembra o filho Rodolfo, cardiologista.
Elisa Occhialini adorava uma caipirinha. "Era a que mais bebia e estava sempre sóbria", brinca o médico.
Filha de imigrantes italianos, cresceu e viveu por longos anos no Cambuci, centro de SP. O pai era perfumista, dono de uma importadora de essências, e a mãe, dona-de-casa. Com eles, aprendeu cantigas e brincadeiras de origem italiana, que passou para os filhos (dois), netos (oito) e bisnetos (dez).
Em 1933, casou-se com um alfaiate. Foram morar num sobrado, até então a única casa da rua Oliveira Lima, no centro. "Quando chovia, alagava tudo, tínhamos que levar os móveis para o andar de cima", conta Rodolfo.
O marido desistiu das roupas que fazia com o pai e abriu uma gráfica, cujos serviços eram prestados principalmente para bancos.
Mudaram-se, depois, para uma casa nova, que excluiu da rotina da família os alagamentos. Nela, adoravam receber os amigos. O que fazia das reuniões um sucesso era o espaguete de dona Isa.
Há 24 anos, ficou viúva. O marido, já com problemas de saúde, caiu no quarto e não resistiu às hemorragias.
Para o filho, a mãe viveu muito porque "caminhava todos os dias". Em maio, teve um AVC (acidente vascular cerebral). Devido à doença, morreu no sábado, aos 94, em São Paulo, de insuficiência respiratória.

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